“Ande, ande, não levante o olhar, Tatiana disse a si mesma. Cubra seu rosto com o cachecol, cubra os olhos com ele se precisar, só não levante o olhar, não veja Leningrado, não veja seu jardim onde corpos se empilham, não veja as ruas onde os corpos são abandonados na neve, levante seus pés e passe por cima deles. Desvie dos cadáveres. Não olhe – você não quer ver. Naquela manhã Tatiana viu um homem recém morto, jazendo na rua, faltando a maior parte de seu torso. Não por uma bomba. Seus flancos haviam sido cortados com uma faca.
Procurando a pistola de Alexander no bolso de seu casaco, Tatiana moveu-se silenciosamente pelos montes de neve, seu olhar no chão à sua frente. Ela teve que empunhar a pistola de Alexander duas vezes, na escuridão das primeiras horas da manhã.
Graças a Deus por Alexander.”
– O Cavaleiro de Bronze
~ Alê