Levanta a mão quem ficou com uma bela cara de interrogação ao se deparar com os inúmeros apelidinhos atribuídos à Dasha, irmã de Tatiana Metanova logo no primeiro capítulo de O Cavaleiro de Bronze! õ/
Calma, calminha! Posso assegurá-los que muitos outros leitores tiveram a mesma reação.
Quem está habituado à literatura russa deve ter passado as páginas na maior naturalidade, como se aquilo já fizesse parte de sua cultura. Mas para a maioria de nós, esta obra é o primeiro contato com um romance que se passa na Rússia/União Soviética, ou pelo menos uma história que descreva o ambiente doméstico da sociedade russa tão detalhadamente.
Leva tempo e algumas páginas para nos familiarizarmos com a variedade de nomes atribuídos a cada um dos personagens, o que pode confundir o leitor a princípio, mas uma vez compreendido o contexto em que cada termo está inserido, fica mais fácil assimilar a coisa toda.
Basta compararmos aos nossos nomes e apelidos que utilizamos no dia a dia aqui no Brasil. Por exemplo:
Quase toda Ana Carolina é Carol. A maioria das pessoas a chamam assim. Os familiares a chamam de Cacá, mas quando querem adular, falam Cacazinha, Carolzinha. Mas se a mãe está brava com ela, logo fala: “Ana Carolina não seja atrevida!”. Em uma entrevista de trabalho é Ana Carolina de Oliveira Santos. E assim por diante.
Tatiana. Tania. Tanechka. Tatia. Tatiasha.
Tatiana Georgievna Metanova é Tania para a família e amigos. Carinhosamente é Tanechka. Para conhecidos é Tatiana Georgievna. Para o namorado é Tatia, e em momentos de maior intimidade e carinho, Tatiasha.
Viram? Não é muito diferente, quando encaixados no contexto da história, os apelidos fazem sentido completamente.
Vou simplificar a sistemática de nomes russos aqui para quem ficou curioso e quer saber um pouco mais.