Quem terminou O Cavaleiro de Bronze deve se lembrar da cena a qual Tatiana – grávida, sozinha e amedrontada – chega à Ellis Island em seu uniforme de enfermeira da Cruz Vermelha e ao dar a luz em solo americano, sabe que não poderá ser deportada.
Foi com essa cena que Paullina Simons tentou retratar a chegada dos imigrantes nos Estados Unidos: muitos deles fugiam de regimes totalitários (como nossa Tatia), outros simplesmente queriam uma chance de dar uma vida digna a sua família… As motivações que colocam o ser humano frente a frente com a decisão de largar seu povo e seu país em nome de uma nova vida é o grande motto da belíssima exposição que encontra-se no Museu da Imigração em São Paulo.
A exposição conta com fotografias, datadas entre 1900 à 1920 aproximadamente, daqueles que chegaram a Ellis com a expectativa de uma vida melhor e mais digna para suas famílias. Com essa mesma idéia em mente, a exposição traça um paralelo entre as chegadas na Ellis Island e as chegadas na Hospedaria do Brás em São Paulo, onde hoje abriga o Museu da Imigração. Utilizando-se de fotos e um breve sumário sobre as imigrações, o público é levado pelas imagens a conhecer um pouco mais da dura vida daqueles que decidiram largar tudo e seguir um novo (e muitas vezes) obscuro caminho.
Dêem uma olhada em algumas das imagens da exposição abaixo.
Família recém chegada a Ellis Island (sem data definida)
Mulher Rutena – hoje território próximo à Ucrânia, povoado por Eslavos Orientais (sem data definida)
Imigrantes Cossacos (sem data definida)
Soldados Russos (sem data definida)
Família de Jakob Mittelstadt, Russo Alemã em 9 de Maio de 1905
Oito Crianças Orfãs – Mães mortas em um massacre na Rússia em Outubro de 1906. Elas chegaram na Ellis Island em Maio de 1908
Uma visão de dois dos corredores da exposição.
A exposição ‘Retratos Imigrantes‘ conta com 50 fotografias e muita história para contar; existe algo em comum em todas as imagens: o semblante pesado e dolorido daqueles que saíram de sua pátria (alguns até obrigados) para tentar uma vida nova. É impossível não se emocionar com as fotos e as pequenas linhas explicativas das imagens: no meu caso, fiquei bem abalada pela imagem das oito crianças orfãs e da família Russo Alemã, especialmente pelo semblante do pai das crianças.
Mas para não perder a viagem, fica a dica do The Bronze Horseman BR para que você aproveite e conheça um pouco mais da história da Imigração no Brasil pelas salas extras do Museu da Imigração. Utilizando-se da estrutura deixada pela antiga Hospedaria do Brás – que recebia todos os imigrantes em São Paulo – o museu nos dá um interessante panorama de como ocorreu a imigração no Brasil de uma forma inteligente e didática. O Museu da Imigração de São Paulo não deixa nada a desejar em relação a Museus no exterior no quesito organização e informação: com artigos usados na época, depoimentos (alguns hilários, como a Lituana que reclamou das pequenas xícaras de café servidas depois do almoço) e muitas, mas muitas relíquias, o Museu recria uma atmosfera até então esquecida por muitos!
Nos belíssimos painéis são exibidos cenas daqueles que formariam uma extensa lista de refugiados e imigrantes – na imagem acima temos a fome em Stalingrado, na Rússia, em plena Segunda Guerra Mundial (TBH, alguém!?!?)
E tinha até umas relíquias russas perdidas por lá! ❤
Fica aqui a dica da equipe do The Bronze Horseman Brasil para aqueles que, como nós, se apaixonaram tanto pela história de Tatia & Shura que aprenderam a compreender e ver melhor o mundo em que vivemos! ❤
Como & Onde Visitar:
Visitação: terça a sábado, das 9h às 17h, e aos domingos das 10h às 17h.
Até: 30 de Setembro.
Endereço: Museu da Imigração – Rua Visconde de Parnaíba, 1316 – Mooca – São Paulo – poucos minutos da estação de Metrô Bresser-Mooca da linha Vermelha.
Ingresso: R$6 (gratuito aos sábados)
Para maiores informações, é só acessar o site oficial do Museu.